O Acordo

Anteriormente à chegada da Companhia, a ocupação do espaço territorial apresentava características rurais, com localizações esparsas das moradias, espalhadas nos vários sítios existentes. Essa situação modifica-se durante o conflito até o desfecho final com a assinatura do acordo.
Assinado oficialmente em maio de 1982, a divisão da terra - “perto dos ranchos, da escola atual e da igreja atual, numa área que abrigue a casa, horta jardim, terreiro para a criação, galinheiro e casa de farinha, e que pela lei de parcelamento do solo do município de Paraty, tenham a área mínima permitida que é de 1000 metros quadrados” - gerou um conflito com as regras tradicionais da comunidade, quando a terra era abundante, a posse não era cercada e onde a transmissão se fazia de acordo com o tamanho da família. Os critérios do acordo não levaram em consideração o tamanho da família, algumas se sentiram lesadas e com isso as famílias que durante a luta tinham-se unido em torno de uma só igreja, que foi reconstruída por todos em 1980, dividem-se entre duas igrejas.
Verifica-se a movimentação da população decorrente da luta pela terra, instalando-se em áreas de lavoura ou em cavernas.

“Muitos trindadeiros abandonaram suas posses na praia e foram morar nas posses de lavoura, alguns se alojaram na estrada e outros acamparam em cavernas” Folha de São Paulo, 2 de agosto de 1981.