Para a realização do trabalho foram aplicados questionários, e feitos registros fonográficos e fotográficos do local, seu cotidiano, suas memórias que permitiram alinhavar a história dessa comunidade em transformação.
A partir do material levantado podemos ver aspectos da vida social, econômica cultural etc., que podem ser identificados como: a infância e a inexistência da adolescência -“na minha época não tinha essa coisa de adolescência, agente já ficava moça e pronto”; o casamento, a relação familiar existente, a sobrevivência cotidiana com o marido embarcado para a pesca, quando muitas mulheres ficavam sozinhas, apenas com os velhos e as crianças, nos cuidados com os filhos e com a lavoura ; a briga pela posse da terra; o momento atual.
Nas entrevistas o conhecimento herdado da mãe, das tias, das avós trouxeram as informações sobre os mecanismos de sobrevivência, que aparecem nas descrições da rotina diária da manutenção do lar, da alimentação, do cuidado com as roupas, da costura e, no cuidado com a saúde a utilização de ervas medicinais para o tratamento de algumas doenças pois “naquele tempo não tinha médico”.
A percepção da mudança refletida, nos hábitos alimentares, no uso contínuo dos medicamentos para as doenças típicas da 3a. idade, no acesso fácil propiciado pela estrada, a relação pais e filhos, e a introdução do dinheiro são as referências mais citadas por essas mulheres que vêm atravessando transformações contínuas na sua organização social.