CICLO II

A socióloga Maria Christina de Almeida Braga diz que a “estrada Rio - Santos, a Br. 101, planejada no governo de Castelo Branco, em 1967, foi concebida para atender as necessidades de escoamento das áreas metropolitanas do Rio de Janeiro e São Paulo. Sendo uma alternativa de ligação rodoviária entre esses dois polos econômicos, satisfaria às necessidades do capital já instalado na região: o Parque Industrial de Santa Cruz, porto de Sepetiba, Estaleiros Velrome, Usina Nuclear de Angra dos Reis, e os terminais petrolíferos de Angra dos Reis e São Sebastião. A Br. 101 possibilita, ao mesmo tempo, a exploração turística de uma das regiões mais bonitas do país e abre perspectivas para investimentos de grupos empresariais.”
Para preservar a região da expansão dos interesse econômicos sobre ela, o Estado adota uma série de medidas, como por exemplo o decreto do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal - IBDF no. 68172 de 4 de fevereiro de 1971, criando o Parque Nacional da Serra da Bocaina. Entretanto o crescente interesse por parte das empresas privada, nessa região quando se inicia a construção da Br. 101, através de outro decreto federal no. 70694 o Governo desmembra 34 mil hectares do Parque, área que abrange justamente a região de Trindade. Os fins turísticos transformam-se em prioridade para essa área. Assim mesmo antes da abertura da Br. 101 a especulação imobiliária reina no litoral fluminense.